terça-feira, 22 de março de 2011

A transformadora Nair Benedicto


Para a nova turma de Introdução a Fotografia Digital,
que vai iniciar-se amanhã 23/04/2011 no SENAC -Imperatiz que será ministrado por mim, Vanusa Babaçu.
 Um dos temas a ser estudado vai ser a contribuiçao de grande nomes para a história da fotografia.
 debrucei-me sobre a pesquisa bibliografica e na internet. O texto vai servir de base quando assunto for "Identidade de Fotógrafo, onde eu me encontro? Onde eu me vejo? 
Como eu quero ser visto? E quanto de meu olhar completa o meu trabalho?
 Com um olhar bastante peculiar, e com idade de se aposentar a mesma ja contabiliza 70 anos de vida e muitos deles dedicato a arte de fotografar,  estando ainda na ativa, e por ser também brasieleira A fotografa Nair Benedicto vai inagurar essa galeria de personalidades recebendo a  homenagem da primeira postagem de nosso blogger a qual eu tambem assino. O blogger é coletivo, mas os participantes são autônomos e assim eu usei o Ctrl C e Ctrl v para fazer essa postagem. Os Creditos são de Claudio Versiani. Leia, contribua, comente.


 

por Claudio Versiani

Seu trabalho, reconhecido internacionalmente e ganhador de vários prêmios (como o 11º Prêmio Abril de Jornalismo, por foto publicada na Veja, e o prêmio Embratur, por retrato na revista Ícaro), explora o que ela acredita ser “o potencial transformador da fotografia”, provocando reações na sociedade ao expor suas cicatrizes. Sob a mira de suas lentes estão as minorias esquecidas. São índios e populações ribeirinhas, homossexuais, travestis, operários, assalariados, menores viciados, mulheres e homens oprimidos pelo interior do Brasil. Porém, as fotografias de Nair são um bálsamo ao olhar, tamanha delicadeza com que aborda as cruezas da vida. Integram os acervos do MoMA de Nova York, da Coleção Masp-Pirelli, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre outros.
O olhar de viés sensível, sempre enxergando poesia na dramaticidade, acompanha Nair desde o início da carreira, quando ela estudava comunicação na USP e na Faap e produzia vídeos sobre temas como a violência doméstica contra a mulher e a liberdade sexual. No entanto, no início dos anos 70, trabalhar com produção autoral era bastante arriscado e foi nessa época que ela e o então marido, o francês Jacques Breyton, foram presos: “Fui presa política entre o fim de 1969 e meados de 70. Além disso, o trabalho na TV era censurado pelo regime [militar]. Então, a fotografia surgiu como alternativa de trabalhar a imagem de uma forma independente”, lembra.


© Claus Lehmann
Com três filhos pequenos – Ariane, Danielle e Frederic –, o casal apoiava a luta armada da esquerda. Herói da resistência francesa, Breyton combateu a invasão nazista em seu país na Segunda Guerra e foi torturado pela Gestapo antes de ser libertado pelas tropas americanas e vir morar no Brasil. Aqui, além de se tornar um industrial bem-sucedido, colaborou para a criação do PT (Partido dos Trabalhadores). “Não posso dizer que todo mundo deveria passar por isso, mas cresci muito naquela época”, reflete Nair sobre o tempo de repressão, antes de completar: “A prisão é como a morte, quando você fica só consigo mesmo”.